terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ENTÃO EU ASSISTI... CREED: NASCIDO PARA LUTAR

CREED: NASCIDO PARA LUTAR
Lançamento: 14 de janeiro de 2016 (2h14min)
Direção: Ryan Coogler
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson,
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA 

Distribuidora
Nota★★★★


A maioria dos jovens hoje provavelmente não sabem patavinas sobre o que/ quem é Rocky Balboa. Também pudera; O filme original vai completar nada menos do que 40 anos, e no coração de seus fãs continua como uma obra que inspira carinho e saudosismo. O ultimo filme da série Rocky Balboa já tinha sido recebido como uma obra prima de Sylvester Stallone, e já faz 10 anos da ultima aparição do personagem no cinema, que partiu deixando um legado e tanto.
No entanto, Rocky realmente se trata de uma história definitiva sobre superação. Um verdadeiro Davi contra Golias, onde o maior desafio é você mesmo. Uma história simples, mas tocante, onde seu maior trunfo eram os personagens.



Uma história dessas não morre apenas com o fim de um personagem. E assim nasceu Creed: Nascido para lutar.
Creed é, em certos aspectos, quase um remake de Rocky. Um personagem, Adonis Johnson (Michael B. Jordan, esbanjando carisma com cara marrenta), filho não legítimo de Apolo Creed, um dos maiores boxeadores da história e que passou a infância comendo o pão que o diabo amassou, cresce sob os cuidados da viúva de Creed (Phylicia Rashad) até, em sua idade adulta, sentir que deve seguir os passos do pai e se tornar boxeador profissional, enfrentando com a ajuda de um antigo amigo e rival de seu pai, Rocky (Stallone, em seu melhor, sagrado por isso com um globo de ouro!), seu maior desafio.

A história, um simples contos de fada praticamente, ganha belos desdobramentos que são ainda mais prazerosos se você viu algum dos filmes originais. Jordan consegue mostrar um bom trabalho, mostrando todo o desconforto de alguém que segue uma vida que não sente que deveria seguir. Este, em si, é um ponto positivo de Creed: Não há um repeteco da formula do rapaz pobre que precisa subir até o estrelato e ter uma chance na vida. Embora este elemento possa desagradar alguns – que vão ver Johnson como um personagem mimado, já que este tinha uma vida plenamente confortável e promissora – é um interessante elemento que dá vida própria ao filme: Não se trata de uma luta contra um mundo que te oprime, mas sim, como o próprio Treinador Rocky nos diz, uma luta contra nós mesmos, contra nossos sentimentos e todos os pesos que carregamos em nossos ombros e nos impedem de viver sem arrependimentos ou medos. O filme trabalha isso inclusive sob outros olhares e aspectos, cada um uma luta perigosa e problemática, mas que os protagonistas não se negam a enfrentar: É o caso de Tessa Thompsom, que interpreta belamente uma cantora que enfrenta um sério problema de saúde que põe sua carreira e sonhos em risco, e de Sylvester Stallone.
Stallone merece, por fim, merecido destaque. Novamente numa atuação apaixonada ao personagem que o consagrou ao estrelato, dessa vez ele dá tom e emoção ao seu derradeiro adeus ao personagem. E esta emoção não falta. Em especial aos antigos fãs (embora os novos também devam se deliciar com suas cenas, sempre certeiras e que levam os telespectadores das gargalhadas ou às lagrimas em poucos momentos), conseguiremos nos identificar com um gigante cansado, depois de uma vida inteira de batalhas, querem apenas chegar ao seu ponto final. Eis que, com a chegada de Johnson, uma nova e cruel batalha se mostra a ele, uma à qual ele não está disposto a lutar. É algo comum a todos, estar cansado, querer simplesmente aceitar a lona e não levantar. Mas assim como o próprio Stallone disse em seu filme anterior, “não se trata de quanto você consegue bater forte, mas sim do quanto consegue aguentar apanhar”. Do levantar novamente e partir para a luta. Do não desistir até que o seu adversário – a vida – desista primeiro.

Creed: Nascido para lutar, é acima de tudo um filme sobre lutas que parecem perdidas. Sobre persistir não porque o mundo espera isso de você, mas porque você deve isto a si mesmo. Um filme que eu poderia até admitir que fala de homens velhos para homens velhos, mas que tem uma mensagem que qualquer um pode aproveitar. Eu admito: Eu derramei minhas lágrimas no filme – gente velha chora gente.
E eu te recomendo fortemente para você ir lá e derramar algumas suas também.

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