Livro: Prince of Thorns
Série: Trilogia dos Espinhos
Autor: Mark Lawrence
Editora: Darkside Books
Resumo:
Ainda
criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da
Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua
família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de
roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam
profundamente sua pele, e sua alma. O príncipe dos espinhos se vê, então,
obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando
pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de
assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe
ensinaram.
Resenha:
Para quem
curte As Crônicas de Gelo e Fogo e O Senhor dos Anéis, a Trilogia dos Espinhos
é uma boa pedida. A história de Prince of Thorns parece se tratar de uma trilogia medieval, devido aos príncipes, cavaleiros e tudo o mais, porém os pequenos detalhes como citações ao paganismo e a filósofos como Nietzsche, somados a pistas sobre antigos Construtores e suas marcas, fazem parecer ser um cenário pós-apocalíptico, ou algo que o valha. O protagonista também não deixa claro o tempo em que se passa a história, cabendo aos leitores essa tarefa.
A história é centrada no príncipe Honório
Jorg Ancrath, que, a cada página, vai mostrando quem realmente é. Egoísta,
egocêntrico, ladrão, assassino e um tremendo filho da mãe, Jorg é o
típico anti-herói que é impossível não gostar. Quando era mais novo, viu o
assassinato de seu irmão William e sua mãe e foi atirado à própria sorte em um
arbusto de espinhos. Os danos causados à sua pele não são maiores do que os
causados em sua alma, e seu único fio de esperança era saber que, ao sair dali,
iria se vingar.
Após esse
acontecimento, o esperado seria um herói bondoso, disposto a ajudar todos, mas
o que temos é uma criança entre seus 14, 15 anos (isso mesmo que você leu, uma
criança!) matando, queimando vilas, saqueando e estuprando mulheres a torto e a
direito, com uma sede incontrolável de vingança e que só pensa em si. Também é
obcecado e não faz questão de esconder isso. Sabe conquistar a fidelidade e obediência cega de seus seguidores, muitos deles prisioneiros de seu pai, sem precisar mostrar por eles afeto ou respeito, exceto talvez por Makin ou o nubano. A cada capítulo, há um breve comentário de Jorg a respeito da personalidade de cada seguidor seu, a quem ele chama de "irmãos". Impossível não gostar do sarcasmo de Makin, a seriedade do nubano (chamado assim por conta da sua pele), A precisão do Sim ou a "grandiosidade" de Rike.
O primeiro livro
da Trilogia dos Espinhos é impecável, tanto pela edição de capa dura e
acabamento, quanto pela escrita de Mark Lawrence. Os capítulos são bem curtos, a história vai e volta com os flashbacks do passado de Jorg, mas não atrapalha o andamento da história e torna a leitura bem prazerosa. Não há espaço para romances, diante de tantas mortes. Um livro repleto de ação e forças sobrenaturais. Mark se arriscou muito ao
fazer esse personagem tão completo, profundo e bem planejado, onde cada página
é mais um olhar a fundo pela mente de Jorg. O final do livro perde um pouco o
ritmo, mas não perde a essência obscura que faz a pessoa querer mais, muito mais.
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